Dialética é um método de diálogo cujo foco é a contraposição e contradição de ideias que levam a outras ideias e que tem sido um tema central na filosofia ocidental e oriental desde os tempos antigos. A tradução literal de dialética significa "caminho entre as ideias".
Para Hegel, a dialética é uma forma de pensar a realidade em constante mudança por meio de termos contrários que dão origem a um terceiro, que os concilia. A dialética compõe-se, assim, de três termos: tese; antítese e síntese. Tese (A) é uma afirmação; antítese (B), é uma afirmação contrária, e síntese (C), como o nome indica, é o resultado da síntese entre as duas primeiras. A síntese supera a tese e a antítese (portanto, é algo de natureza diferente), ao mesmo tempo em que conserva elementos das duas e conduz a discussão, nesse processo, a um grau mais elevado. E, na sequência, dá origem a uma nova tese, que inicia num processo contínuo.
Se observarmos a vida cotidiana e o nosso funcionamento psíquico, encontraremos a presença desse movimento, chamado dialética. Se num dado momento observamos algo, logo depois esse algo se modifica e captamos um certo contraste que mais uma vez se transforma e cria uma nova percepção, que nunca para de evoluir. Vivemos e aprendemos porque aos conflitos e ambiguidade se apresentam a cada instante de nosso dia-a-dia. Psiquicamente, nossos aspectos consciente e inconsciente também dialogam entre si, a fim de gerar uma nova síntese, o que permite a evolução do Eu.
"A prática da dialética é como uma dança: funciona somente se não ficarmos parados. A vida também é uma dança e o pensamento dialético dança com a vida, seguindo os movimentos desta. Ele é um pensamento a serviço da vida, e não aquele pensamento que força a vida a caber numa redoma pré-estabelecida de pensamentos antiquados”, (O pensamento Psicanalítico numa visão unitária e dialética, de Adriana Tanese Nogueira, 2020, p.29).
Cláudia Casavecchia
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